Reza a tradição que foi nesse dia [equivalente ao décimo-terceiro
dia] do ano cinquenta mil quatrocentos e oitenta e nove que o Xeque Mlavaz
Abdullah, cedendo aos apelos do Sumo Sacerdote, cunhou as primeiras três moedas
do Império de Amhitar. Tal Xeque [essa denominação é um anacronismo consagrado
pela preguiça dos historiadores, pois não havia esse título antes do domínio
islâmico] também instalou as primeiras latrinas do Reino, e essas duas proezas
não quedaram independentes.
Segundo três dos cinco relatos que ainda perduram [um é
ilegível e o outro é inconclusivo] o Xeque Mlavaz reuniu todo o povo na mais
fedentina das fossas e com suas fortes mãos [que decapitavam dezessete traidores
de um só golpe segundo o relato algo exagerado de Abdul Al-Wazahari] apresentou
as formas das moedas e aproximando-se das fossas malcheirosas, encheu-as de
porcaria. Bradou que [e seu brado foi ouvido pelos 7.999 octoedros do Reino,
ainda segundo o entusiasmado cronista]
que, se seu povo quisesse brigar, lutar, inimizar-se por aquilo, trair pais e
mães e irmãos por aquilo, ele nada teria a opor. E distribuiu as moedas de esterco.
Dois economistas consideraram nobre sua
atitude, ensinando as virtudes da bondade ao povo embora de maneira rude, mas
sua opinião estava longe de ser majoritária.
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