terça-feira, 1 de janeiro de 2013

01 de Janeiro

Numismática

Reza a tradição que foi nesse dia [equivalente ao décimo-terceiro dia] do ano cinquenta mil quatrocentos e oitenta e nove que o Xeque Mlavaz Abdullah, cedendo aos apelos do Sumo Sacerdote, cunhou as primeiras três moedas do Império de Amhitar. Tal Xeque [essa denominação é um anacronismo consagrado pela preguiça dos historiadores, pois não havia esse título antes do domínio islâmico] também instalou as primeiras latrinas do Reino, e essas duas proezas não quedaram independentes.

Segundo três dos cinco relatos que ainda perduram [um é ilegível e o outro é inconclusivo] o Xeque Mlavaz reuniu todo o povo na mais fedentina das fossas e com suas fortes mãos [que decapitavam dezessete traidores de um só golpe segundo o relato algo exagerado de Abdul Al-Wazahari] apresentou as formas das moedas e aproximando-se das fossas malcheirosas, encheu-as de porcaria. Bradou que [e seu brado foi ouvido pelos 7.999 octoedros do Reino, ainda segundo o entusiasmado  cronista] que, se seu povo quisesse brigar, lutar, inimizar-se por aquilo, trair pais e mães e irmãos por aquilo, ele nada teria a opor. E distribuiu as moedas de esterco.  Dois economistas consideraram nobre sua atitude, ensinando as virtudes da bondade ao povo embora de maneira rude, mas sua opinião estava longe de ser majoritária.

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