Gloriosa
auto-finalização de Gulshoda, o Supremo Coerente
Nozimjon pensou Ou os
ditos das religiões estão certos ou estão errados. Decidiu que estavam certos.
E passou a viver como eles. Seus filhos esfaimavam para que ele distribuísse
comida aos pobres; suas esposas se queixavam de sua estrita adesão à castidade.
Depois guerra civil do ano dos infiéis de 625 DC, a pequena
população restante buscou o homem com fama de santo.
Inicialmente o governo de Gulshoda, o Supremo Coerente, como agora o chamavam, aliviou a população
cansada de Senhores enriquecidos e de espadas pingando sangue. Mas o domínio do
novo líder acumulou contras. Ele passou a exigir a mesma coerência de todos. Primeiro
pregou a palavra e quando esta se revelou insuficiente mandou os guardas passar
a fio de espada quem se negava a dar esmolas ao cego da esquina, e também aos
homens que frequentavam meretrizes.
Creem os historiadores que uma revolução teria sido o seu
fim quando uma nova ideia lhe veio: os
líderes devem ser os últimos a receber os benefícios. Passou a comer apenas
o que sobrava. Isso foi suficiente por algum tempo, até que uma inundação
cortou a estrada pela qual vinham os grãos até a capital, e ele, coerentemente,
passou a não comer, pois depois de comerem todos, nada lhe sobrava. Sua morte
por inanição, à qual sem deu o nome de auto-finalização, foi publicamente lamentada
e discretamente aplaudida pelo povo, exceto pela teimosa seita dos Gulhayos,
cujo nome é inspirado no seu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário