sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

04 de Janeiro


Gloriosa auto-finalização de Gulshoda, o Supremo Coerente

Nozimjon pensou Ou os ditos das religiões estão certos ou estão errados. Decidiu que estavam certos. E passou a viver como eles. Seus filhos esfaimavam para que ele distribuísse comida aos pobres; suas esposas se queixavam de sua estrita adesão à castidade.

Depois guerra civil do ano dos infiéis de 625 DC, a pequena população restante buscou o homem com fama de santo.

Inicialmente o governo de Gulshoda, o Supremo Coerente, como agora o chamavam, aliviou a população cansada de Senhores enriquecidos e de espadas pingando sangue. Mas o domínio do novo líder acumulou contras. Ele passou a exigir a mesma coerência de todos. Primeiro pregou a palavra e quando esta se revelou insuficiente mandou os guardas passar a fio de espada quem se negava a dar esmolas ao cego da esquina, e também aos homens que frequentavam meretrizes.

Creem os historiadores que uma revolução teria sido o seu fim quando uma nova ideia lhe veio: os líderes devem ser os últimos a receber os benefícios. Passou a comer apenas o que sobrava. Isso foi suficiente por algum tempo, até que uma inundação cortou a estrada pela qual vinham os grãos até a capital, e ele, coerentemente, passou a não comer, pois depois de comerem todos, nada lhe sobrava. Sua morte por inanição, à qual sem deu o nome de auto-finalização, foi publicamente lamentada e discretamente aplaudida pelo povo, exceto pela teimosa seita dos Gulhayos, cujo nome é inspirado no seu.

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