terça-feira, 8 de janeiro de 2013

08 de Janeiro

Chegada à Terra dos Homens Duplicados


Fahrod Feruz Shavkat escrivão na frota estabeleceu em seu [oito vezes contestado] diário de bordo com [não muito] firme mão que foi no dia 25 do segundo mês de Jumada (ou 8 de janeiro) que seu capitão Almirante Dasha Shernazar que partira há exatos setecentos e dez dias da Cidade do Golfo chegou à esta Terra sem nome. Bem a tempo: não sem dramaticidade, os marinheiros tinham lhe dado apenas quatrocentos minutos e meio [a razão de tal precisão nunca tendo sido bem explicada] antes de chegarem a qualquer lugar onde se saciassem de água, comida e mulher.

Aproximavam-se dos homens daquele lugar – eles se aproximavam também. Temerosos, os marinheiros se afastavam, os nativos (barbados e sujos ) o faziam também. Enfraquecidos pelo tempo e pela vontade de continuar vivos, os marinheiros se contentaram com uma pilha de provisões ali perto – e a carregaram sem pudor por seu roubo, enquanto os nativos à distância também trabalhavam em suas coisas, parecendo não se importar exceto por outra ou uma olhada temerosa.

À sua volta pulularam as explicações. Aqueles homens seriam Demônios. Ou Anjos. A explicação mais lógica, mas não a melhor sucedida, foi de seriam imagens de espelhos, postos por alguém para atemorizar os inavsores. (Esses artefatos eram proibidos exceto no Palácio de Xeque). Tal versão colocou em risco a vida do seu autor, o qual sumiu, dizem que nas masmorras do palácio, outros que retornou para a terra dos Homens Duplicados.

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