Este dia marca o momento em que o livro assinado por Abdul
Al-Wazahari chegou ao Bazar de Shmrarkhaanda, capital do Reino Dividido de
Amhitar, cem anos após o falecimento de seu autor, na verdade simples coligidor
de histórias anteriores .Tratava-se de 345 páginas de pergaminho em 69 exemplares
que logo sumiram do mercado, este último número considerado excessivamente significativo
para ser real.
Tal livro, que supostamente divulgaria costumes íntimos do
Reino de Nuxhon, um reino dominado por mulheres situado depois dos Desertos, principiava
com 25 insultos à raça masculina, tais como:
A Fêmea existe para a
Fêmea;
O falo sempre desaba
em pouco tempo;
Tentem, tolos. Não
conseguirão igualar a Aranha.
E continuava com desenhos de [belíssimos, adita não sem parcialidade
o editor Al-Wazahari] de jovens afastando as coxas e encontrando suas
intimidades e com face de êxtase; ou de círculos de cinco, alternando moças e
experientes, cada uma a trazer com sua mão os fumos do Paraíso para a outra. O
fato de serem de raças diversas [há moças negras e de longo cabelo escorrido
como indígenas americanas, muito antes de se saber que essas raças existiam]
trouxe elogios quanto à sapiência das autoras e também acusações de fraude.
A mais consistente delas é que seu autor não era o
historiador Al-Wazahari, e sim um renegado conhecido como Muxanmetdin, que
vendeu milhares de cópias e comprou mulher belíssima e teve vinte e duas filhas.
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