segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

14 de Janeiro

Crucificação de Iaziza, o “Cristo de Amhitar”


Os missionários jesuítas que chegaram a Amhitar (em 1868 ou 1869) tentaram e não conseguiram, na conversão dos calendários, concluir que Iaziza fora morto em um dia de Páscoa, ou mesmo a 25 de dezembro. Não queriam compará-lo a Cristo, claro, mas usá-lo como um sinal de os bons são sempre sacrificados pelos pecadores.

As três gravuras que restam dele [uma delas curiosamente estampada em um selo, e outra danificada] mostram um rapaz de 16 ou 17, com cara de ladino.

Diante de seu venerável avô materno, falava: Demorará muito para morrer e eu herdar suas propriedades? Diante de um amigo, dizia: Como sua conversa é maçante! Diante da esposa de um amigo: Que mulher feia! Ao passar a filha do Sultão: Quero foder-lhe a boceta.

Sua brutal sinceridade ganhou inimigos e estes conseguiram acorrentá-lo em uma masmorra na margem do rio Asur-Daria, e a exclamação diante da princesa não melhorou o caso. Seus tormentos aos poucos lhe modificaram a fama. De desprezível passou a aborrecido, de aborrecido a tolo, de tolo a sincero, de sincero a profeta que denuncia os erros na cara dos homens, e sofre as consequências da injustiça deles.

Segundo a versão jesuíta ele foi crucificado em um alto morro com dois bandoleiros. Segundo outra história, foi liberado por dois soldados que gostaram de suas sinceridades frente a alguns oficiais do Sultão. E ele ao fugir teria sido comido por nove crocodilos, mas até isso pode ser história. 

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