Dos três legados do breve domínio da seita dos Khazyr [decifrados
pelo historiador e cavaleiro Alisher Birame, discípulo
de Abdul Al-Wazahari e louvado pelo Movimento Gay como o primeiro homossexual da
história de Amhitar], o Conselho dos Amargos é o menos compreendido [sendo os
outros o começo de uma ponte sobre o rio Jakhdur-Uidorat (literalmente, caixa
ou cesto de pão) e um calendário de Meses
ilógicos como as estrelas, usado até
hoje].
No dia anterior à sua sentença de morte por lapidação,
Alisher Birame dividiu a trajetória do Conselho em suas fases bem distintas. Criado
o Conselho para exercer o Poder Supremo, ele inicialmente decidiu que a vida é uma
tristeza que termina em morte. Esta fase se caracterizou por abstenção e
castidade. Homens se vestiam de verde (a cor do luto) e quanto menos se
divertiam mais eram prezados.
Um golpe palaciano (não sem algum sangue) no dia de hoje no
ano 625 dos hereges trouxe ao Conselho outro grupo, o qual afirmou que ajuntar mais desgraça à vida não reduz suas
desgraças. Os homens deviam comer, beber e copular. E o fizeram. E o Reino
Khazyr (antecessor de Amhitar propriamente dito) foi por algum tempo o mais
feliz da Terra Central.
Como terminou essa fase ninguém o sabe, pois quando ia
escrevê-lo Alisher Birame foi chamado pelos carrascos. Outros dizem
que essa segunda fase talvez seja fictícia - seria a invenção de alguém executado
exatamente por sua forma de prazer.
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