Comerciantes engordam, enriquecem, envelhecem e por isso os
contadores de histórias os repelem como tema. Mas uma pesquisa dezesseis séculos
depois realizada por dois técnicos da Universidade de Stanford estabeleceu a
história de Eldor, o Intruso, como a segunda mais repetida no mercado de
Shamarkaand. Estabeleceram de maneira mais ou menos arbitrária esta data do ano
327 [uma das poucas informações sobre Amhitar que veio de fonte externa, do
monge jordaniano Gelasiminius].
Das nove versões plotadas pelos pesquisadores a que lhes
pareceu mais confiável colocava Eldor como jovem gargalhante, gordote e
engolidor de hectolitros de cerveja marrom [shiibatz]
– as duas versões que o apresentavam como ser extraterrestre sendo desprezadas
como risíveis. Eldor faminto por dinheiro e mais ainda pelas prostitutas que o
dinheiro traz se meteu a romper o monopólio dos Han, encheu as carretas de seda
(que Amhitar produzia mas não exportava) e se propôs a chegar a Aidorot-Niingur [Roma].
Discordam de quantos pescoços a navalha de Eldor teve de rodar
para chegar a seu destino – mas sempre são muitos os Han, partas e casaques que
Eldor enviou ao armazém das sombras. Esse primeiro lote, dizem as lendas, era de
seda vermelha, pois o prevenido Eldor sabia que a possibilidade de respingos seria
grande.
A versão de que morreu pobre e comido pelas venéreas em um
beco do Trastevere considera-se muito moralista para ser real.
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