Os grossos [e um tanto
aborrecidos] nove volumes da História
Oficial do Futebol no Uzbequistão revelam uma surpreendente [e
possivelmente apócrifa] história do desporto futebolístico antes mesmo da chegada
dos primeiros times paquistaneses a disputarem partidas oficiais. Como toda
história nacionalista e triunfalística, atribui a invenção desse esporte não
aos ingleses mas ao povo de Amhitar.
De maneira bem pouco
surpreendente, a história se passa em um tempo longínquo em que os homens eram
homens [insinuando que os de hoje não mais o são] e um herói de nome suspeitamente
russo chamado Samizdat ensinou aos guerreiros que, nos intervalos das batalhas,
e para se manterem em forma na arte de chutar cabeças arrancadas dos inimigos
Gotgh e Magzodhir, deveriam chutar bolas de chumbo, um chumbo vegetal arrancado
de plantas que só existiram naqueles tempos heroicos, que além de tudo, ainda
produzia água.
Tal história, além de conflitar
com a versão igualmente nacionalista de que o garoto Khazimoor inventara quase
todos os esportes, produziu um impasse botânico, dada a impossibilidade da
existência de frutas com essa improvável mistura chumbo-aquática.
O mistério só se resolveu com a
descoberta de três gravuras [uma delas imprestável] da Biblioteca de Alexandria:
as bolas seriam na verdade cocos. O que deu origem a outra história patriótica
de que o coqueiro, hoje espalhado pelo mundo, seria uma árvore de Amhitar.
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