sábado, 26 de janeiro de 2013

26 de Janeiro

Descoberta do mistério das frutas-de-chumbo


Os grossos [e um tanto aborrecidos] nove volumes da História Oficial do Futebol no Uzbequistão revelam uma surpreendente [e possivelmente apócrifa] história do desporto futebolístico antes mesmo da chegada dos primeiros times paquistaneses a disputarem partidas oficiais. Como toda história nacionalista e triunfalística, atribui a invenção desse esporte não aos ingleses mas ao povo de Amhitar.

De maneira bem pouco surpreendente, a história se passa em um tempo longínquo em que os homens eram homens [insinuando que os de hoje não mais o são] e um herói de nome suspeitamente russo chamado Samizdat ensinou aos guerreiros que, nos intervalos das batalhas, e para se manterem em forma na arte de chutar cabeças arrancadas dos inimigos Gotgh e Magzodhir, deveriam chutar bolas de chumbo, um chumbo vegetal arrancado de plantas que só existiram naqueles tempos heroicos, que além de tudo, ainda produzia água.

Tal história, além de conflitar com a versão igualmente nacionalista de que o garoto Khazimoor inventara quase todos os esportes, produziu um impasse botânico, dada a impossibilidade da existência de frutas com essa improvável mistura chumbo-aquática.

O mistério só se resolveu com a descoberta de três gravuras [uma delas imprestável] da Biblioteca de Alexandria: as bolas seriam na verdade cocos. O que deu origem a outra história patriótica de que o coqueiro, hoje espalhado pelo mundo, seria uma árvore de Amhitar.

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