terça-feira, 29 de janeiro de 2013

29 de Janeiro

O Dia Um daqueles que nada querem


A passagem das dezesseis horas e trinta e oito minutos para as dezesseis horas e trinta e nove minutos do dia de hoje marca no calendário Khazyr o equivalente à meia-noite do dia de ano novo nos demais calendários. No auge da cultura Khazyr o povo comemorava, em vez de com fogos de artifício, com bocejos e um ou outro choro lamentoso. [Na sua decadência a cultura Khazyr  foi mais alegre].

Seu calendário, usado até hoje por certas seitas como os Selvagens Alados, pode ser transliterado como Jamaakhyr-ol-Dinjaab, aproximadamente a expressão Meses ilógicos como as estrelas. Diz a versão do historiador Dilafruz Michelet [como sempre contestada como excessivamente romântica] que a data de hoje foi escolhida exatamente por ser oposta a de outros calendários. Esses geralmente se baseiam nos solstícios e equinócios e nascimento de profetas. Já o dia de hoje não significa nada, nem astronomicamente, nem na história pátria. Nele não nasceram grandes gênios nem se lamentam grandes batalhas. Essa falta de significado talvez forme a grande originalidade da cultura Khazyr, e, talvez, de toda a cultura Amhitar em relação aos demais povos do mundo – diz o entusiasmado historiador patriota.

A própria narrativa Khazyr desmente um tanto esses arroubos – segundo ela, os deuses criaram o tempo nesse dia pouco significativo porque os deuses não querem nada, e se o querem, é por puro tédio de serem deuses

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