A fama [não de todo indevida] de
Amhitar de ser uma terra de palácios abandonados, águias falantes e caminhos
sem saída se deve [ao menos em parte] a um estrangeiro, que hoje em 1804 na rua
D´Orsay em Paris publicou sua Viagem Magnífica
da minha Juventude, da qual se arrependeu, recomprou e queimou os exemplares,
com exceção de um em poder das Brigadas Libertadoras al-Temurbek e de outro
leiloado a um comprador incógnito na Sotheby´s
de Londres.
Ramsheed-Barumi-N´gaar [Augustin de Saint-Hilaire] antes de
aventurar por incivilizados países tropicais aventurou-se por Amhitar [isso é
quase consenso entre os estudiosos]. Logo na segunda página descreve um
labirinto feito por um antigo rei. Os céticos Iusya Marzhaffar e Serguei
Kovinev espinafram. Este último explode [não sem ironia] que segundo certos
viajantes antigos e certos contistas modernos os reis nada tinham a fazer a não
ser construir inúteis labirintos, quando, como exploradores feudais que eram,
deveriam se dedicar em tempo integral a explorar e matar quem se rebelasse
contra a exploração.
A obra se estende por mais
labirintos, mais palácios e mais civilizações antiquíssimas. Só ganha
credibilidade quando se refere a um tigre de prata, e se descobriu de fato um
tigre de pelo quase prateado, meio século depois. Nem isso fez cessar as críticas
à obra, que hoje é geralmente considerada [não sem crueldade] como mais um delírio
de um europeu em busca de exotismos.
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