segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

25 de Fevereiro

Passagem à clandestinidade da Academia de Ciências de Amhitar


Os últimos membros da Academia de Ciências de Amhitar com orgulho (ou com a audácia do desespero) tomaram suas duas últimas atitudes – uma a publicação da biografia e obras completas do vidraceiro Zulfizar Oygul – e a outra uma moção afirmando que Para sempre Amhitar será ela mesma, jamais submergindo sob o nome  rasteiro de Uzbequistão. Essa última foi votada quando as botas dos oficiais da polícia política soviética, a NKVD, já se juntavam nos caminhões fabricados na Bielo-Rússia para fechar à força o velho sodalício.

O Relatório do Comitê Central do Partido Comunista Soviético na República do Uzbequistão daquele 1933 afirma que a Academia era um antro de burgueses capitalistas, o que estava longe de retratar a realidade daqueles professores e poetas com poucos rublos no bolso. A Academia apenas defendia um passado misterioso e sedutor. (Dilafruz Michelet a criou em 1872 - o poeta da história, acusado de entupir Amhitar com mais heroísmos e histórias de amor que qualquer outro país). O crime dos Acadêmicos foi o de amar o passado quando o Partido o via como um degrau que se pisa visando o futuro.

O novo Poder fundou a Academia Soviético-Proletária da Ásia Central quarenta dias depois. Seu presidente o geógrafo marxista Serguei Kovinev teve a coragem de render homenagem aos tresloucados porém belos acadêmicos de Amhitar e teve de se explicar perante o Comitê Central.

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