Quis o destino [mas o destino não
existe] que após sete anos de escavações o relatório sobre A História da Engenharia em Amhitar fosse entregue na data de hoje
em 1945, quando o Exército Vermelho [com muitos amhitarianos nele engajados na
marra] forçava a entrada em Berlim e o mundo regurgitava patriotismos. O Engenheiro
Stephen Dilobar subiu na tribuna da Academia
Soviético-Proletária, o correspondente do Pravda de Moscou e o sub-secretário-geral do Partido em riste:
Outros povos construíram Esfinges. Outros, o Taj Mahal. A primeira obra
de engenharia em Amhitar foi uma latrina.
E seguiu inexorável relatando
como as escavações na antiga cidadela de Aktash revelaram um conjunto de banheiros
com dutos de impecável argila levando os dejetos para longe dos olhos [e
narizes] humanos. Continuou:
Por tal obra, o povo amhitariano deve ser considerado maior que os Egípcios
e os Hindus, os Gregos e todos os demais. Pois, o que é mais útil, uma pirâmide
ou um cano de esgoto?
Stephen Dilobar [já suspeito por
seu prenome ocidental] só via eficiências engenheirísticas e para ele um tijolo
era mais importante que a Bíblia. O Politburo
do Partido, no entanto, considerou vergonhosa sua descoberta.
No dia seguinte foi transferido para
uma distante hidrelétrica às margens do rio Lena. Transferido mais não vencido,
escreveu uma História dos Dejetos no Antigo
Turquestão, durante muito tempo só disponível em cópias clandestinas mimeo
a álcool.
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