A última e talvez mais tonitruada
aparição pública do antropólogo Dr. Ilhom Aziza o Homem Urso – já que nos muitos anos em que vivera no Deserto
Norte os pelos lhe tinham crescido como selva - se deu nos últimos sete dias de
sua vida [no espaço conhecido] durante a chamada controvérsia de Shamanay.
Por cinco vezes a cidade com esse
nome reconstruiu seus muros – e por cinco séculos os estudiosos cavoucaram as
margens do Amur e do Syr-Daria em sua busca. Outra subcorrente afirmava que as
destruições e construções não passaram de 3, outra que o número era de 99, e
outra inevitavelmente afirmava que nunca existiu uma cidade com esse nome, mas
apenas uma aldeiazinha de bloquinhos de barro para o filho do Vizir brincar.
Ilhom Aziza levantou-se em
palestra no dia de hoje. As tribos do
Norte [disse] não têm noção de tempo mas de espaço. Não é que as coisas deixem
de acontecer, mas elas se deslocam. Teu
avô não está morto – disse ele –apenas
mora em outro lugar, e tu é que não o amas, senão o procurarias. Assim, a
cidade, se existiu, foi apenas uma. As outras quatro [ou mais] seriam apenas outra
forma de relatar a fundação das demais cidades de Amhitar.
Três sodalícios rejeitaram tal
explicação por sua falta de charme. Um estilhaço de bala russo – o general von
Kaufmann já cercava a cidade - levou o
Dr. Ihom para o Norte celestial. No seu invencível otimismo deixou um bilhete –
não morri, apenas me desloquei.
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