Napoleão [dizem] pensou em
invadir Amhitar. O fato conta na página 49 do Napoleão 1812 do britânico Nigel Nicolson, e mais nobremente, nos
dois volumes do Guerra e Paz de
Tolstoi, sendo esta uma das duas únicas menções a Amhitar na grandiosa obra do
russo [a outra estando nas páginas finais de Anna Karênina]. [O historiador Iusya Marzhaffar se revolta que este
não-acontecimento – afinal, Napoleão nunca esteve em Amhitar – conste entre as
efemérides do país. Mas a 13ª sessão solene da Academia Soviético-Proletária da Ásia Central [temporada de 1943]
considerou tal fato digno de ser recordado, e o encaixou entre as datas do país.
A data de hoje se refere ao dia [aproximado]
previsto nos planos do Estado-Maior Napoleônico no qual a cavalaria do Marechal
Murat deveria cercar a cidade sagrada de Shmaerkaant, a qual, segundo os sempre
hiperotimistas cálculos franceses, deveria se render sem disparar um tiro. [A
invasão de Amhitar seria mais um passo no caminho da megalomania: ao invadir a
Rússia em junho de 1812, o baixinho tinha planos de, depois de esmigalhado o
Czar, seguir adiante até a Índia.] Nicolson se refere aos mapas que os puxa-sacos
de sempre levavam, da Turquia, do Império
de Amhitar e do Punjab. Não consta que Napoleão desse grande importância a
Amhitar ou a qualquer coisa ou pessoa além de si mesmo. Mas havia rumores de
que já havia reservado a coroa do país a mais um de sua miríade de cunhados,
todos sem nenhuma classe.
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