sábado, 16 de março de 2013

16 de Março

Os Sete Subidos


Jantaremos com o Eterno... Ou ele nos almoçará!  - disse um dos monges Rosghzzifdim (ou Os Diminuítas) antes dos sete deles enfrentarem a morte sob as patas do 3º Regimento de Cavalaria Cossaca nas portas de Shmaarkaant no dia de hoje em 1869. Esse rasgo de bom humor geralmente é considerado responsável pela veneração que a pequenina seita até hoje comanda, a qual se manteve mesmo quando foi desestimulada durante o período soviético.

Na verdade não só por isso. Bertrand Russell, em adendo de 1927 ao seu Por que não sou Cristão afirma que, “Se eu tivesse religião, seria um Diminuíta de Amhitar”. A virtude deles [dizem] não foi a de começarem trabalhadores e sem dinheiro [com efeito, todas as religiões começam assim]. Sua virtude foi a de se manterem os mesmos. Trabalhavam, não esmolavam, não tinham casa, nem chefe. Quando começavam a ser venerados jogavam imundícies em cima das pessoas para ganhar sua antipatia, o que sempre conseguiam. Compreensivelmente -  apesar dos nove séculos de existência da seita - nunca foram muitos e não passavam de sete quando chegaram os russos.

Votaram: o que era maior sofrimento – enfrentar as balas ou sofrer a ocupação junto com o povo? Decidiram que o último era pior, mas levantaria suspeitas de covardia. Sorriram, deram-se as mãos e saíram dos muros.

A versão de que foram ceifados pela mesma carga de fuzilaria compete com a de que, antes que o chumbo os atingisse, o Céu os levou. O povo simples elegeu esta última.

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