Lev Muzaffar [por vinte e três
anos] agarrou dentes e unhas o sonho de enfiar seringas e rasgar pessoas com
bisturis. A falência do pai então rico no dia de hoje em 1851 [estranho dia
para uma efeméride, que costuma ser celebratória de coisas boas] o expulsou da
Faculdade de Medicina de Dacca. Magoado com o mundo, enfiou um diploma mais
barato [o de professor primário] debaixo do braço, puxou a mulher e as três
filhas para Loyish, a Miserável [a
menor e mais longínqua das cidades] e entre as aulas para a escola local se
meteu a ouvir pessoas mais miseráveis que ele.
A Mitologia dos Leões de Oito Caudas, o Análise do Dragão de Dentes de Prata [uma variação de uma história
análoga contada pelos alegres irmãos Shahlo] e dezessete outros opúsculos sobre
o folclore dos pobres inundaram a pauta de duas pequenas gráficas em Delhi.
O problema avalanchou-se quando o
folclorista [na cabeça do povo] de analista passou a cobrir-se de pelos [seus hábitos
de reclusão ajudando muito nessa metamorfose das fofocas] a passear com uivos
pela noite, e voava com asas de dragão amarelo. Suas filhas [que, devotadas ao
pai, não eram muito propensas às propostas de namoro] transformaram-se em três
perdizes encantadas que devoravam caçadores, depois [é claro] de sua mãe os
cozinhar em panelas de sete camadas de ferro. [Uma única concessão à realidade era
a de que, quando dava aulas, o professor se disfarçava de pessoa comum. O mesmo
com as filhas, quando iam às compras].
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