quinta-feira, 21 de março de 2013

21 de Março

A língua mais sincera


Por exemplo a frase  Xrohruzheyr-ol-Zhuythmyyn foi sucessivamente traduzida como:
·         Somente Deus Governa Todo o Mundo
·         O cavalo do meu avô está com lumbago
·         Vou meter na tua mulher hoje
·         O tesoureiro roubou-me três dinares
·         Sete vezes oito são cinquenta e seis.

O dialeto proto-Khazyr resistiu por sete séculos [dizem] às tentativas de entendê-lo. O professor Zamira Mavlon no dia de hoje 1891 [em palestra não isenta de críticas] afirmou ter cortado o nó:

Todas as traduções são corretas. As línguas se baseiam na cola de uma massa de sons [uma palavra] a um estado fora do homem [uma pedra, um palácio, até um sentimento – enquanto é falado, é visto como externo]. Na língua proto-Khazyr, a palavra [ou frase] significa um estado interior. O homem feliz vê um disco dourado no céu e pensa uma palavra; o homem traído pela esposa vê o mesmo e pensa outra. Assim, as palavras Ouro e Podre significam o mesmo objeto, o qual chamamos de Sol.
Isso não é incomum. Quem somos nós, a não ser projetadores no mundo de nossos estados internos? Proclamo portanto, esta língua não a melhor, mas a mais sincera!

A administração russa viu nisso um discurso protonacionalista, e os evolucionistas [então em moda] rejeitaram essa teoria que fazia algo do passado melhor que o presente. Transferido para uma escola na fronteira sudoeste, o pobre professor de gramática se dedicou a falar somente a língua proto-Khazyr. Não ficaram registros de se era entendido pelos vizinhos.

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