sexta-feira, 22 de março de 2013

22 de Março

Indústria Pioneira


Spiro Inabat morreu duas vezes e a segunda [dizem com facécia e não sem crueldade] ocorreu no dia de hoje em 1960 ao enfrentar uma sessão da Academia Soviético-Proletária da Ásia Central sobre a História da Indústria Têxtil em Amhitar.

Tal tema deveria ser um chamariz de bocejos [e o foi] até que o [ainda jovem] engenheiro de operações depois de fungar duas vezes disse

Os tapetes voadores existem, ou existiram.

E atropelou olhos arregalados com tabelas de dados do século IX, escavações e restauros de gravuras mostrando gente se transportando em pedaços de pano tão naturais como em camelos. Tratava-se [disse] de uma erva que produzia linhas finíssimas, que tecidas com uma técnica especial por artesãs populares, sem o fim de lucro, tornavam o tecido tão leve que certos ventos mais fortes permitiam levar um homem, desde que não muito pesado. Tal planta e tal técnica [concluiu] por não serem lucrativas, foram esquecidas pelo reacionarismo feudal.

A firmeza conquistou alguns membros do Politburo, que de espantados passaram a defender o fato como orgulho nacional, já que Amhitar por algum tempo teve a indústria têxtil mais avançada do mundo. O fato chegou a ser celebrado em caráter oficial e só um estrilo do Comitê de Propaganda em Moscou acabou com a festa.

A Spiro ordenaram-lhe aproveitar seu talento escrevendo uma biografia de Lênin, a qual o matou de tédio, sendo esta [dizem com facécia e não sem crueldade] sua primeira [e mais cruel] morte.

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