Spiro Inabat morreu duas vezes e
a segunda [dizem com facécia e não sem crueldade] ocorreu no dia de hoje em
1960 ao enfrentar uma sessão da Academia
Soviético-Proletária da Ásia Central sobre a História da Indústria Têxtil em Amhitar.
Tal tema deveria ser um chamariz
de bocejos [e o foi] até que o [ainda jovem] engenheiro de operações depois de
fungar duas vezes disse
Os tapetes voadores existem, ou existiram.
E atropelou olhos arregalados com
tabelas de dados do século IX, escavações e restauros de gravuras mostrando
gente se transportando em pedaços de pano tão naturais como em camelos. Tratava-se
[disse] de uma erva que produzia linhas finíssimas, que tecidas com uma técnica
especial por artesãs populares, sem o fim de lucro, tornavam o tecido tão leve
que certos ventos mais fortes permitiam levar um homem, desde que não muito
pesado. Tal planta e tal técnica [concluiu]
por não serem lucrativas, foram
esquecidas pelo reacionarismo feudal.
A firmeza conquistou alguns membros
do Politburo, que de espantados passaram a defender o fato como orgulho
nacional, já que Amhitar por algum tempo
teve a indústria têxtil mais avançada do mundo. O fato chegou a ser
celebrado em caráter oficial e só um estrilo do Comitê de Propaganda em Moscou acabou
com a festa.
A Spiro ordenaram-lhe aproveitar seu
talento escrevendo uma biografia de Lênin, a qual o matou de tédio, sendo esta [dizem
com facécia e não sem crueldade] sua primeira [e mais cruel] morte.
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