A tese da inexistência de Amhitar
foi levantada três vezes em sua história, sendo a terceira quando Lev Trotski
barbicha e pince-nez declarou que tal
país nunca existira, e em suas pretensas fronteiras dever-se-ia criar uma república
proletária com o nome [infame] de Uzbequistão.
A segunda [e mais interessante] delas,
no entanto [e que tragicamente não deixou de fornecer argumentos para a
terceira] só veio a público após o falecimento [no dia de hoje no ano 1299 dos
hereges (707 da Hégira)] de Alimova Rashid, filho do filho natural do cronista
Abdul al-Wazahari, uma [quase] unanimidade como o patriarca dos historiadores
de Amhitar.
Alimova só encontrou uma vez o avô
famoso. [Não era um intelectual – apenas moldador de potes]. Lembra-se que o idoso
Abdul cofiou o fio da barba e disse: Amhitar
não existe. Ele é a criação de um grupo de califas e generais, que por sua vez
foram imaginados por um grupo de inexistentes geógrafos e historiadores, que
por sua vez são o fruto da cabeça de um só, um rapaz solitário em país do futuro nos trópicos.
E quem disse que este que nos imagina
também não é a criação de sete outros? E quem lerá o que ele imaginará, Alá por
acaso garantiu sua existência?
Pelo resto de sua vida Alimova
teve medo - não o banal de morrer mas o de nunca ter existido. Cantou, brincou,
dançou. Seu breve relato desafortunadamente foi usado para sórdidos fins políticos.
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