domingo, 24 de março de 2013

24 de Março

O metal vazio


As minas de cobre do trigésimo-terceiro platô de Aqtöbe não eram [em verdade] minas de cobre. Um levantamento datado de 1931 contou 10.937 estrofes de poemas épicos e de panegíricos sobre tais celebradas minas [a maior parte, conforme o reconhecimento dos recenseadores, de qualidade muito ruim.]

Veio a decepção com três engenheiros de minas do exército russo, que em expedição começada hoje em 1869 [à qual o vício da ganância não era estranho] intentaram estabelecer a exploração em escala. As pedras eram esverdeadas, certo, e pareciam ter a densidade correta. Mas certo brilho [o brilho dos olhos de um homem triste – escreveu um dos engenheiros em trecho não muito científico do seu relatório] chamou a atenção de um barbudo em São Petersburgo. A partir daí a história se baseia na conversa do povo.

O barbudo [um tal Dmitri Ivanovich Mendeleiev] durante 97 dias tentou estabelecer pesos atômicos, números de prótons e outras banalidades físicas. Considerando que tal trabalho [embora apaixonante] atrasava sua famosa tabela periódica, decidiu conceder-lhe um quadrado de sua tabela [as ser melhor pesquisado] e lhe deu o nome de Amhitario. Por razões políticas [não convinha essa homenagem a uma província recém-subjugada] o governo czarista o forçou a retirar esse nome. Depois o lugar foi ocupado por uma banal homenagem ao próprio Mendeleiev, que morreu pronunciando o nome do seu querido Ahmitario [isso, é claro, pode ser mais patriótico que real].

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