segunda-feira, 1 de abril de 2013

01 de Abril

As muralhas


O Politburo da República [traidora] do Turquestão Ocidental em surpresa monstruosa no dia de hoje em 1935 publicou nota no Diário das Massas [sóbria, mas uma nota] afirmando serem verdadeiras e também patrióticas as histórias populares que [com os séculos] atribuíram 400 muros à antiga cidadela de Zarafshan.

Tal número [simétrico e demasiado belo para ser real] fora não só aceito mas exagerado pelos poetas e historiadores românticos de Amhitar [posteriormente caídos em desgraça]. [Seriam na verdade 777 segundo o impetuoso cronista Java Kharlilah, que previsivelmente os atribui a certo Xeque que jurou seu amor 777 vezes a uma odalisca cor de tâmara e prometeu defendê-la o mesmo número de vezes]. A nota no Jornal [dizem] deveu-se ao sóbrio geógrafo Serguei Kovinev, o qual grunhira dias antes no verbete referente à cidade no 17º volume da Enciclopédia Soviético-Proletária que esses escritores vendidos à reação enchem as cidades antigas de palácios e labirintos, sempre construídos por ordem de senhores poderosos. Em Amhitar temos a único muralha-labirinto feita não só pelos braços mas também pela iniciativa das massas famélicas!

Para confirmar essa história o Departamento de Propaganda e Agitação das Massas enviou expedição arqueológica que depois de sete meses de escavações teve suas conclusões arquivadas e sua divulgação proibida. Dizem que concluíram que não havia muralhas, mas isso se tornou mais uma parte da lenda dos 400.

Nenhum comentário:

Postar um comentário