A primeira expedição a escanear o
litoral em busca da foz do rio Amur-Daria resultou em rotundo fracasso. [O caráter
lendário de tal viagem se patenteia não só pela época em que é situada (sempre “no
tempo antes da nona grande tempestade”) como pelo nome excessivamente
apropriado de seu chefe Yursiraat, que no dialeto alto-Khazyr significa Explorador]. Certa seita xamânica chegou
a defender a tese da inexistência do rio [sendo as evidências do mesmo apenas
uma aparição diabólica]. As necessidades práticas de utilização da água falaram
mais alto e tal seita [com exceção de sete] foi forçada a abjurar sua crença.
Sucessivas cachoeiras [que ex-aventureiros
desanimados exageravam para mais de 300] impediam que os ahmitarianos descessem
o rio até a foz [sendo sua fonte também desconhecida]. O rio era então um
pedaço: saía do nada [do deserto – na verdade de montanhas antes do dito] e
sumia nos abismos. Pensadores [igualmente desanimados] comparavam o rio com a
vida, mas pouca repercussão tiveram.
O rio [na verdade] se divide em
bocas [algumas não mais largas que dois ou três centímetros] antes de mergulhar
na água salgada. Vergonhosamente para os geógrafos, o mistério só foi
descoberto no começo do século XIX por mercadores de esterco. Geógrafos
tentaram redimir-se buscando o número de bocas, e um relatório assinado por
agrimensores do Exército em 1854 estabeleceu-o em exatamente mil e uma, naquela
que é provavelmente a estatística mais duvidosa de Amhitar.
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