sexta-feira, 12 de abril de 2013

12 de Abril

As Imaginações da Geologia


O Tratado da Geologia Imaginária de Amhitar [de 1906] não o era [ao menos segundo surpreendente achado de petróleo realizado nos anos 1990 por um consórcio liderado pela Elf Aquitaine e composto pela malfadada British Petroleum e a Braspetro de um longínquo país. Esse consórcio desencadeou a costumeira onda de denúncias de propinas e contas nas Bahamas, etc.].

Assinava-o certo Joseph John New-York e esse nome [melhor, esse pseudônimo] ridículo, junto com menções a lugares como Shagri-lá e Eldorado atingiu o objetivo que o oculto autor queria ou queriam: que os oficiais da censura czarista gargalhassem e não percebessem que o tal Atlas indicava riquezas bem sólidas.

Em torno do paralelo 42, por exemplo, o atlas enxergava [a uma profundidade de trezentos metros] um lago de Néctar do amor das deusas, o que esse título de duplo sentido quisesse dizer. Logo debaixo, porém, indicava uma jazida de petróleo e gás estendendo-se ao sul até o paralelo seguinte. E essa informação [o Consórcio descobriu] era correta. Os afloramentos de Pedras de Apolo ou de Rubis já enfiados em Colares entremeavam-se com jazidas de berilo e cobalto.

Assim como ninguém sabe o nome dos maiores espiões [pois eles nunca foram pegos], desse maior geólogo de Amhitar não se sabe o nome. Uma teoria que o vinculava a uma história de amor e vingança, culminando com uma perseguição e fuga para o Céu revelou-se [como era óbvio] por demais romântica para ser real.

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