quarta-feira, 1 de maio de 2013

01 de Maio


Septienista

- Já que não consigo mudar a mim mesmo, vou mudar o mundo.

Foi o que disse Aynur Zafar quando saiu do Hospício de Shmaerkhaant no dia de hoje em 1827 com duas malas de papelão prensado e uma observação ZK no seu prontuário [abreviação de Zhirklin-in-Kharobouth, que no dialeto Bhakhmar padrão significa Não Curado].

O maior dos filósofos [ao menos para seus 7 adeptos] de Amhitar instalou-se então em um cubículo e se dispôs a contar a História de Tudo [sendo esse o título de sua obra principal, a qual livreiros temerosos da reação dos compradores mudaram para o pouco menos pretensioso Completo Compêndio de Filosofia Geral]. Tal obra [disseram os críticos de Delhi a Jacarta] impressionava por sua firmeza em anunciar absurdos. A ideia de que havia uma fonte de perfeição no mundo, que esta fonte não era o que se chamava de deus, que esse pretenso fluxo passava pela humanidade e especialmente pelos adeptos da filosofia aynariana [ou septienista, como ele a chamava] era por demais pueril para ser real.

O fato de que cada ensaio do mestre tinha 7 partes, cada parte 7 capítulos, cada capítulo 7 seções, cada seção 7 parágrafos, cada parágrafo 7 períodos e cada período 7 palavras pouco contribuiu para a reputação acerca de sua estado mental. Críticos dizem que é por isso que a filosofia do mestre nunca teve mais de 7 simpatizantes [mas isso não é verdade: em 7 vezes que foram contados, o número de adeptos chegou a 9].

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