quarta-feira, 15 de maio de 2013

15 de Maio

O Excessivo


Husan Shahzoda enfiou o quepe tridentado [símbolo do SubCalifa] na própria cabeça careca na data de hoje em 624 da Hégira [1227 dos hereges] e iniciou o fim da Era do Vácuo  na história amhitariana. [O historiador Iusya Marzhaffar inventou tal nome (ao qual não falta dose de absurdo) para o período que antecedeu a Idade Média de Amhitar].

Husan passou para a História como Ekhslin-al-Charokstan [aquele que foi excessivamente cruel] e a injustiça tolda esse apelido, segundo Iusya. Pois Husan não foi excessivamente cruel: foi excessivo em tudo. Quando jovem decidiu ser o jejum o meio para a divindade e ficou 77 dias e 7 horas sem encostar em um grão de cevada. Depois considerou que a vida consistia em passar bem e se divertir e [diz a lenda, que curiosamente não é contestada] encontrou-se com um rebanho de 33 carneiros e ovelhas, o qual encontrou nele o seu triste [e churrascoso] fim.

Casto, passava onze meses sem pensar em mulher. Promíscuo, fazia orgias com exatas 95 concubinas [sem que ninguém conseguisse precisar a razão de tal número]. Revoltado com as injustiças do mundo, cortava a cabeça de quem quer que possuísse mais de 50 moedas. Generoso, doava palácios ao primeiro mendigo.

Com tais excessos, seu assassinato com um carneiro envenenado [não isento de certo mistério] causou tanto um carnaval quanto sete suicídios rituais, de pessoas que queriam acompanhar seu herói [ou malfeitor] no céu ou inferno, tanto fazia.

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