Um [quase impossível] decreto [de
apenas três linhas]do Politburo do
Partido em um canto de Página do diário semioficial A Voz do Operariado Vermelho no dia de hoje em 1956 sacramentou Amhitar
como o único país do mundo a reconhecer de forma [quase] oficial a existência
de vampiros em seu território. [Tal excentricidade se explica porque semanas
antes um Congresso Centro-Asiático de Sugadorismo
tinha sido noticiado no mesmo jornal em manchete e seis páginas internas como
forma de não publicar nada sobre o confuso Congresso
Secreto que no mesmo momento denunciava os crimes do falecido Stalin].
O tal congresso fora frequentado
só por nove interessados [ou malucos, segundo a opinião majoritária]. Os vampiros
amhitarianos pouco ou nada teriam em comum com seus concorrentes: detestavam
castelos, comiam picadinho de vaca, o sol lhes era indiferente. [Na sua pretenciosa
Declaração Final sobre os nossos Dráculas os autoditos especialistas diziam ser
irrelevante a questão de se os vampiros são vivos os ou mortos.] O que dá certo
erotismo [e alguma tolice] aos vampiros de produção interna é que [sem nem
pensar em sangue] vivem de leite de mulher. Mas não de qualquer: jovens,
bonitas e não se importam se não tiveram filhos – eles conhecem o seus caminhos [diz a pretensa Declaração, sem deixar claro que caminhos são esses]. A pouca
verossimilhança [além de certa tolice] de tais [quase] vampiros explica a sua nenhuma
penetração em coletâneas ocidentais.
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