quinta-feira, 23 de maio de 2013

23 de Maio

Dia dos paravampiros


Um [quase impossível] decreto [de apenas três linhas]do Politburo do Partido em um canto de Página do diário semioficial A Voz do Operariado Vermelho no dia de hoje em 1956 sacramentou Amhitar como o único país do mundo a reconhecer de forma [quase] oficial a existência de vampiros em seu território. [Tal excentricidade se explica porque semanas antes um Congresso Centro-Asiático de Sugadorismo tinha sido noticiado no mesmo jornal em manchete e seis páginas internas como forma de não publicar nada sobre o confuso Congresso Secreto que no mesmo momento denunciava os crimes do falecido Stalin].

O tal congresso fora frequentado só por nove interessados [ou malucos, segundo a opinião majoritária]. Os vampiros amhitarianos pouco ou nada teriam em comum com seus concorrentes: detestavam castelos, comiam picadinho de vaca, o sol lhes era indiferente. [Na sua pretenciosa Declaração Final sobre os nossos Dráculas os autoditos especialistas diziam ser irrelevante a questão de se os vampiros são vivos os ou mortos.] O que dá certo erotismo [e alguma tolice] aos vampiros de produção interna é que [sem nem pensar em sangue] vivem de leite de mulher. Mas não de qualquer: jovens, bonitas e não se importam se não tiveram filhos – eles conhecem o seus caminhos [diz a pretensa Declaração, sem deixar claro que caminhos são esses]. A pouca verossimilhança [além de certa tolice] de tais [quase] vampiros explica a sua nenhuma penetração em coletâneas ocidentais.

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