O
Monte
O
improvável Utkirbek Fashoda espetou no dia 25 de maio de 1851 sua
flâmula no Pico Al-Dhordhori [a discussão sobre qual o desenho
ostentado na flâmula varia desde um signo pornográfico até as
Armas Nacionais. Por razões óbvias esta última tem sido mais
difundida]. O governo do Semisultão, a ocupação militar russa, o
regime dos Cem Dias, a Primavera das Flores de Barro, a breve
ditadura do General Chavkat, o domínio pessoal Trotskista, o governo
do Partido Comunista da Repúblicas [traidora] do Uzbequistão, todos
os sistemas se igualam na bajulação ao herói da mais alta das
montanhas amhitarianas.
Improvável
porque baixinho, gordote, com dois dentes entaramelados e que puxava
da perna esquerda – Utkirbek seria – dos candidatos à
imortalidade - o último, se tanto. Tanto improvável quanto ele
apenas a montanha.
Em
uma época em que os teodolitos já existiam ninguém soube precisar
a altura do monte [tendo as medições uma inacreditável variação
de 379 % entre si ]. A localização é também sujeira a críticas,
uma parte dos geógrafos do país nunca tendo aceito a versão
oficial de que o monte se localizaria no paralelo 47, pois lá só
haveria pântanos e morcegos.
Uma
nota na edição de junho de 1962 da Revista
do Proletário Amhitariano
quebrou o jejum de perspectivas não-triunfalistas. O baixinho
Utkirbek
teria subido um monte também baixinho e redondo, e só uma sucessão
de equívocos explicaria sua glória. Tal verão compreensivelmente
caiu no oblívio.
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