Jorge rasgou hoje as fronteiras
de Amhitar, Guilherme também viajou para lá e Frederico seguiu os dois [muito
dialeticamente a aparição se deu em trio]. Essas três viagens [de três possíveis
pessoas] na verdade se resumem a uma – a travessia dele ao impossível [e
dialeticamente real] Reino de Amhitar.
Negada por três vezes [tal número
lhe crava os dentes], as últimas páginas da fracassada edição das Conferências sobre Estética logo depois
do seu último curso na Universidade de Berlim em 1828 revelam que o temor do
serviço militar prussiano e de que uma bala napoleônica lhe arrancasse os
miolos encheram as suas [poucas] malas e o levaram à fuga [em incerta data – o período
menos controverso é 1802].
Chegado à beira do Amur-Daria,
longe do Valhala e de Goethe, da cerveja preta e das Gretchens de dentes podres descobriu que o mundo tem um Espírito
[pasmem]; que este [ao contrário do Espírito Santo cristão] se desenvolve; que [fanático
por tríades] tem três fases, três inicios e três finais além de trindades outras.
Também que, se escrevesse complicado todos o admirariam por sua profundidade. [O
fato de tais descobertas não serem exatamente lisonjeiras explicam o pequeno
entusiasmo em Amhitar sobre a data].
Voltando ao frio e às salsichas
gordurosas o rapaz se tornou Jorge Guilherme Frederico Hegel. Os interessados
em acentuar sua germanidade apagaram-lhe da biografia qualquer lição amhitariana.
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