Por um tempo decididamente não-pequeno
impôs-se como um dos orgulhos[e agora uma das vergonhas] de Amhitar o pássaro Eskualdualk [nome obviamente
estrangeiro]. [As muitas versões sobre sua chegada ao país tradicionalmente colocada
no dia de hoje (e o fato de que quase todas atribuem tal chegada a ilustridades
como Alexandre o Grande, Átila, Confúcio e até um improvável Cristóvão Colombo)
nada fazem para aumentar a credibilidade da história].
O [pouco] que se sabe resume-se a
que o Eskualdualk chegou a Amhitar em
uma época [não muito provável] em que não haveria pássaros, ou os que existiam
eram plebeus sem graça. Três versões concordam [no entanto] que seu sucesso veio
menos da possível nobreza e mais da novidade – os pássaros então conhecidos
voavam alto quando confrontados com um predador. A habilidade de elevar-se às
nuvens foi associada à covardia e o Eskualdualk
[que mal voava] tornou-se admirada. A bandeira nacional passou a ostentá-lo.
Até que a chegada de enciclopédias
impressas na Índia trouxe gravuras do nobre bicho – noutras regiões era
conhecido como Haqsonet-il-Sabonoy,
ou Galinha [e nada tinha de nobre] sendo em algumas línguas sinônimo de
pusilanimidade. A bandeira nacional foi rapidamente modificada [em 1699 ou
1713, a data é incerta]. Um setor purista das Brigadas Libertadoras Al-Temurbek
propôs a volta da ave ao seu lugar de honra. A prova da decadência do pássaro é
que tal proposta foi repelida não sem horror.
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