João de Goa bateu [literalmente]
nos portões de Shamerkhaant na boca da noite desta data no ano de 1503. Os
historiadores da diplomacia amhitariana [não sem algum exagero] consideram ser
este o início da fase moderna das relações exteriores do país [mesmo que na época
muitas pessoas não tenham acreditado no status
de embaixador que o estranho se atribuía].
Pouco se sabe dele, nem mesmo o
nome [o simplismo da expressão João de
Goa revela um pseudônimo]. Seja como for, a ele é atribuído o galardão de
ser o primeiro europeu [da fase em que os europeus transformaram o mundo em seu
escravo] a subir e descer os montes da fronteira sul.
Embora se autointitulando
diplomata, as atividades do visitante pouco traziam de assuntos de Estado [os
ministros do Xeque, ao interrogá-lo sob o poderio luso, só arrancavam bocejos].
Mesmo sua identidade lusitana tem
sido posta em dúvida [as embarcações portuguesas regurgitavam de mercenários
holandeses e alemães, afinal].
Sua nacionalidade tem sido
estabelecida [e não sem alguma má-vontade], desde que se constatou [com razoável
certeza] que, longe de assuntos de guerra e paz, João de Goa se interessava por
vinho, músicas estranhas [que têm sido anacronicamente denominadas de fados] e
de garotas. A ele se atribuem 99 filhos com lindas amhitarianas. Essa falta de
preconceitos [segundo detratores] garantiria sua nacionalidade portuguesa – em versão
que, embora não unânime, tem poucos opositores.
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