sábado, 15 de junho de 2013

15 de Junho

Os avatares das gentes que não existem

Por três vezes Deniza Lusenok tentou vir ao mundo [Abdul Al-Wazahari afirma que foram 555 vezes, mas esse óbvio exagero tem minado a credibilidade de sua versão]. Por outras três não conseguiu. [O Bahardieesh-el-Munizhinoor, que pode ser traduzido como Livro das Sacratíssimas Dissidências, inexplicavelmente não registra detalhes de uma quarta e quinta tentativas]. Na sexta conseguiu, embora [dizem] com o atributo [não muito vantajoso] da invisibilidade para homens e animais [podendo ser visto apenas pelos gatos e pelos morcegos, sendo que nem mesmo a Torrente de 699 Sábios (que analisou não sem obsessão os escritos) tenha explicado a razão de tais exceções].

Deniza Lusenok emplacou-se como sétimo [sendo obscuro o destino dos seis primeiros] dos Gulmahayos [que um  filme classe B de Hollywood de 1960 traduziu como sobre-zumbis]. [Esta classe de pessoas [ou seres] nada tem a ver com doutrinas de reencarnação (trazidas a Amhitar por Zulfikar MaKahardec e celebradas nestas Efemérides a 10 de janeiro).] Os Gulmahayos [um ponto principal da mitologia (e da vida) Bakhmar] consistem em pessoas pela metade, meio terra meio céu, meio erro meio acerto, entre o nascer e o não ser. Vivem entre nós, são nós mesmos, e é impossível saber quando somos um deles e quando somos nós mesmos, se esta diferença existe. Por tal excessivo misticismo, só são lembrados no dia de hoje [e esquecidos no resto do ano].

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