Diz a história [que compreensivelmente
conta com poucas fontes escritas] que um dia um nobre cavaleiro quis descobrir O
Sentido Da Vida, O Que Era A Verdade, E Como Encontrar A Paz. Reconhecendo-se
ignorante para tão transcendentais questionamentos, concluiu [não sem alguma razão]
que só um sábio homem poderia lhe dar as respostas pelas quais ansiava.
Ora, em Amhitar naquela longínqua
época havia um homem sábio. Naziba Surayyo como geralmente acontece com os sábios
homens vivia em uma caverna detrás de 77 montanhas e 99 lagos. O cavaleiro
[decidido a resolver as dúvidas que o acutilavam] empreendeu a jornada.
Encontrou o sábio em meditação em
um tapete, com a longa barba branca. Perguntou:
- Ó grande mestre, o que é O
Sentido Da Vida, O Que É A Verdade, E Como Encontrar A Paz?
O mestre voltou-se, esbugalhou os
olhos e apontou:
- Olhe ali atrás de você!
O cavaleiro olhou para trás e o mestre
pegou um pau e deu-lhe uma paulada, prostrando o cavaleiro ao solo.
Exegetas e místicos [compreensivelmente]
buscaram sentidos ocultos para essa história durante meia dúzia de séculos. Até
que em uma sóbria sessão da Academia de
Ciências de Amhitar hoje em 1927, depois de discutido por horas o assunto,
alguém tossiu:
- Acho que o Sábio já estava de saco cheio dessas perguntas abstratas e
sem sentido.
E essa explicação [que não deixa
de ter algum efeito cômico] ainda hoje é a mais aceita.
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