A [ainda hoje não muito
avantajada] credibilidade da Teoria dos 99
Octaedros seria ainda menor se um rato-de-biblioteca não tivesse comprado
[em um sebo de ruela em Paris hoje em 1897] um maço de pergaminhos em processo
de esbagaçamento, o qual dois laboratórios [com pouca dúvida] atribuíram a Abdul
Al-Wahazari. Em tal documento, o lendário cronista estabelece a teoria. [Posteriormente,
uma nova interpretação de uma passagem obscura das Opacas Confissões de seu tio Nilufar al-Wazahari trouxe ainda mais
argumentos a seu favor].
Segundo Abdul [e ao contrário da
crença popular] 99 não são os octaedros e sim os desertos que se atravessam
para a eles se chegar. A romântica [e totalmente inverossímil] crença de que
existem 1.999.999 octaedros é firmemente rechaçada por Abdul, que afirma
[apoiado no testemunho dos viajantes Sayyd Maruf Umarkhan e Dasha Ulugbek] que
eles não passam do banal número de cinquenta. Quanto à sua natureza, trata-se
da mera divisão de território [estabelecida por ordem de algum xamã] em uma
civilização que não conhecia os mapas. A fronteira norte se dividiu em pedaços
oitavados, os quais depois de abandonados [devido aos bárbaros e às pestes]
foram preenchidos pela imaginação popular com manadas de cavalos de três
cabeças, rios de suco de groselha, além de uma inevitável tribo de mulheres
guerreiras.
O cauteloso cronista não atira água
fria de todo e afirma que ao menos a tal tribo possa ser provavelmente real.
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