Alexander Koyré em passagem não pouco
contestada [e talvez por isso desaparecida] da 2ª edição de seu [em geral
elogiadíssimo] Do Mundo Fechado ao
Universo Infinito refere-se ao Reino de Amhitar [que ele chama
equivocadamente de Império Amhitaki] como
sendo uma das [poucas] resistências em todo o mundo à visão moderna trazida por
Galileu e Newton.
Segundo Koyré, tal visão defende que
o Universo é Infinito. Vitoriosa em todo o mundo, esta versão esbarrou em Amhitar
no Edito das Iniquidades, do [não
pouco criticado] SemiSultão Dhoxrux, sancionado hoje em 1850. Tal [pequeno]
diploma legal [que no segundo artigo obriga as crianças a usarem lenços para se
assuarem, e no terceiro e último regula os carimbos dos decretos reais] no seu
primeiro artigo afirma serem nocivos ao bom senso e aos recursos minerais
e vegetais do Reino [o que alguns veem como uma nascente preocupação ecológica]
quaisquer menções a: mundo infinito, mar
infinito, vida infinita, água infinita, céu infinito e todas as demais
equivalentes, sujeitando-se os infratores a multa e, em caso de reincidência, decapitação
desonrosa.
Abstendo-se de perscrutar as razões
de tal ato, os historiadores nacionalistas lhe elogiam os efeitos: por ele Amhitar
ainda estaria longe de ser um dos maiores contribuidores ao Aquecimento Global,
e também por acusa dele a literatura amhitariana não se entupiu dos labirintos
e infinitudes que se espalharam como praga de papel e tinta noutros lugares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário