sábado, 6 de julho de 2013

06 de julho

Negação do ilimitado

Alexander Koyré em passagem não pouco contestada [e talvez por isso desaparecida] da 2ª edição de seu [em geral elogiadíssimo] Do Mundo Fechado ao Universo Infinito refere-se ao Reino de Amhitar [que ele chama equivocadamente de Império Amhitaki] como sendo uma das [poucas] resistências em todo o mundo à visão moderna trazida por Galileu e Newton.

Segundo Koyré, tal visão defende que o Universo é Infinito. Vitoriosa em todo o mundo, esta versão esbarrou em Amhitar no Edito das Iniquidades, do [não pouco criticado] SemiSultão Dhoxrux, sancionado hoje em 1850. Tal [pequeno] diploma legal [que no segundo artigo obriga as crianças a usarem lenços para se assuarem, e no terceiro e último regula os carimbos dos decretos reais] no seu primeiro artigo afirma serem nocivos ao bom senso e aos recursos minerais e vegetais do Reino [o que alguns veem como uma nascente preocupação ecológica] quaisquer menções a: mundo infinito, mar infinito, vida infinita, água infinita, céu infinito e todas as demais equivalentes, sujeitando-se os infratores a multa e, em caso de reincidência, decapitação desonrosa.

Abstendo-se de perscrutar as razões de tal ato, os historiadores nacionalistas lhe elogiam os efeitos: por ele Amhitar ainda estaria longe de ser um dos maiores contribuidores ao Aquecimento Global, e também por acusa dele a literatura amhitariana não se entupiu dos labirintos e infinitudes que se espalharam como praga de papel e tinta noutros lugares.

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