Confúcio [K'ung-fu-tzu] ensinou os amhitarianos a desenhar. [Dizem – o Monge
Gelasiminius compreensivelmente silencia a respeito de um pagão; o cronista Abdul
Al-Wazahari refere-se a uma passagem de seis dias e meio e nada mais fala; os
modernos (com exceção da entusiasta e nem sempre confiável em questões patrióticas
Academia de Ciências de Amhitar) nada afirmam de tal suposto fato].
Ensinou-os a desenhar. E sempre
figuras com os olhos grandes, desproporcionais, e não sem alguma voluptuosidade
das figuras femininas. Afirmava também que o fraco vence o forte, não por alguma
doutrina de não-violência mas pela pancada mesmo. E instruiu os amhitarianos na
arte de dar gritos e enquanto gritavam descer murros uns nos outros [sempre visando
ao autoconhecimento, insistia]. Aos seus melhores discípulos, dava-lhes o título
[que em outros soaria ridículo] de Gafanhoto.
Esta a lenda [celebrada hoje por
ser a suposta data da partida do mestre]. Uma nova versão [citada em nota no Izvestia de Moscou nesta data em 1981 e
reproduzida na edição seguinte da Gazeta
de Amhitar] afirma que talvez Confúcio nunca tenha vindo, e se veio, não
era este autor de mangás e lutador de Kung-Fu. A lenda seria obra de grupos underground decadentes, aos quais não se
deveria dar crédito. Malgrado esse banho de água fria, ou por causa dele,
metade dos mangás amhitarianos têm Confúcio como personagem, ou então um seu
neto, que conquista todas as garotas de enormes olhos.
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