As profecias de Amhitar não são
sete mas [segundo a quase totalidade das teses sobre o assunto] novecentas e
sessenta e sete [sem que este número (diluvianamente) maior represente qualquer
honra adicional]. A [inevitável] corrente materialista preconiza que as
adivinhações de suposta origem não-terrestre só podem ter algum mérito [isso se
o tiverem] se forem [de alguma forma] cumpridas.
O ateu Serguei Kovinev dedicou um [surpreendente] capítulo de seu
tijolo Uma Introdução Dialético-Revolucionária
à Formação do Território de Amhitar à questão das profecias [que, apesar de
transparecer a ideologia do autor a cada vírgula] tem informações úteis. Tais
profecias, longe de serem as xaropadas de velhos barbados [frequentemente com
ridículos chifres de ouro – a observação é do geógrafo] a vomitar regras em
pedaços de pedra, em Amhitar se constituem em tesouro de preciosos lugares
comuns [o autor lista aforismos como Não
se deve comer maçãs por onde passaram lagartas ou Um em cada sete anos é de tragédia como exemplo de bobagem que, de
tão rasteira, acaba por expressar verdades (ou quase) e devem ser respeitadas].
Ao publicar esta obra hoje em 1936
o geógrafo do Regime passou a ser visto de maneira oficial como excessivamente sonhador [o que não deixava
de ter certo perigo] e as profecias populares como Reflexos da opressão de classe, e cessarão com a futura sociedade
socialista.
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