Desafortunadamente, do documentário
Jornada pelo Turquestão Ocidental antes
de seguir para a segunda montanha mais alta do Mundo [do audacioso
explorador o Duque de Abruzzi] restaram apenas 7 minutos e meio, recolhidos [e
juntados a outros filmes do Duque] pelo precioso portal Europeana.eu. Contava com 68 minutos, dos quais o mais controverso
[o quadragésimo-quinto] se encontra oficialmente desaparecido.
Tal pedaço descrevia certo país de gente suja e plena de
preguiça, só disposta ao roubo e à comilança... esta terra é Amhitar, a Imbecil.
Este pequeno trecho fez a multidão
apedrejar [não sem injustiça] os três cinemas nos quais esse filme foi exposto
[hoje em 1912]. Ondas de poemas de repúdio, quebra-quebras e ameaças de invadir
a Itália sacudiram o país até que o governo do General Chavkat oficializou a
data como estímulo ao fervor patriótico.
As acusações ao Duque têm variado
desde ser um riquinho ocioso que desperdiça
seu tempo em viagens pseudo-científicas até ser na verdade um espião fascista desejoso de colonizar o país [pois
era primo de Vítor Emanuel II, o Rei que protegeu Mussolini]. A explicação mais
racional é que o Duque perdeu o perfeito cavalheirismo que o caracterizava pois
esperava de Amhitar grandes exotismos, como altas montanhas e cavernas de
safiras púrpura. Como não viu nada disso, o calor e os mosquitos o fizeram
perder a calma. Tal explicação [compreensivelmente] não tem tido grande
sucesso.
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