A Magia em Amhitar não existe e se existisse seria a Monotonia
condensada – a observação [não carente de injustiça] tem sido atribuída a tantos
que geralmente se a considera anônima. Não se refere [na verdade] a toda a
magia amhitariana mas apenas à das subseitas hegemônicas Khazyr.
Os incunábulos mágicos não repelem
as asas de morcego, sopas de teia de aranha, suores de gato, pelos de narina de
homem e lágrimas de virgem que populam outras tradições adivinhísticas &
curandeiras. Apenas exigem [e nisso efetivamente concedem a certa monotonia]
que tais métodos sejam explicitados em seus efeitos e provados por bruxas
reunidas em comitê – ou seja [dizem não poucos críticos] pretendem uma magia
científica.
Miraculosamente [e o advérbio não
é bem colocado] certas mágicas são oficialmente aceitas – de alguma forma
[ninguém sabe como] há uma relação entre a conformação entre as nuvens no céu das
duas da manhã do mês dois do dia dois com o rosto do futuro marido das garotas
nascidas 17 segundos depois do pôr do sol, assim como entre as manchas na cabeça
dos gatos e a sorte no emprego.
Apesar disso [e lamentavelmente]
a última adivinha da tradição Khazyr fechou
sua tenda hoje em 1988. Sua filha [materialista e ateia] se tornou engenheira
nuclear. Seu ceticismo sofreu um baque quando anos depois descobriu que a mãe
anotara [muitos antes numa pele seca de sapo] a futura profissão da filha, e
que esta detestaria misticismos.
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