As 47 mil versões da batalha de
Zhongor tiveram origem em três estrofes de poema do cronista do século XII
NilufarAl-Wazahari [seu sobrinho Abdul Al-Wazahari (demonstrando pequeno amor
familial) contestou tal número como fantasioso exagero]. Retirando-se as [não tão
poucas] versões que contestam a existência da própria batalha, o dia de hoje [do
ano 888 dos hereges] como sua data é talvez o único ponto unânime, sendo tudo o
mais discutível.
Em uma das versões os invasores Kazaks fugiram pelos três passos das montanhas,
sendo em dois deles massacrados. Em outra, escaparam para o deserto e 99 em
cada 100 deles pereceu de sede. Em outra não fugiram – e a derrota das forças
patrióticas foi suavizada pela coragem demonstrada, que inspirou outros a lutar
pela liberdade futura.
As contradições também pululam a
nível micro – uma das histórias mais populares mostra Donyhor al-Temurbek [em
um de seus múltiplos avatares] tocando sua trompa e partindo para o ataque no
alto de uma colina. Em outra toca um tambor. Em uma terceira não toca nada,
pois a ação noturna exige silêncio absoluto. Na quarta não toca nada - pela boa
razão de que não esteve na batalha, sendo outros os heróis nacionais presentes.
Alguém ousou afirmar que a
quantidade de bravatas ditas pelos sobreviventes da refrega [e contadas a
filhos e vizinhos, exageradas e por estes desdobradas] deram origem ao número
canônico de versões. E esta versão tornou-se a de número 47.001.
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