Quanto a Dilya Elmurod, quis
esquecer tudo de cartas, meteu-se a estudar e assumiu hoje em 1931 o cargo de
professora de filosofia da Universidade de Shamaarkhaant [sendo a primeira
mulher a fazê-lo] e tal data [longe de proporcionar discursos e promessas de promoção
social das mulheres] gera arrepios apenas. [A entrada do dia no calendário oficial
amhitariano se deve ao grupo gótico Vampiros
Ainda que Nunca Mais, que a arrancou em 1990, na véspera do afundamento do
governo soviético].
Miss Dilya: não se pode afirmar que fosse normal – seu avô [dizem]
era filho do Diabo e como este [ainda segundo a lenda] possuía os ossos ocos. Seu
tio acreditava serem os pesadelos uns insetos invisíveis e montava armadilhas
para capturá-los. Ela mesma aos quinze anos tomou o hábito de escrever cartas,
que fechava, selava e enviava para si mesma [e as esperava com
ansiedade de apaixonada]. 999 cartas monotonamente voltaram com as mesmas
letras que ela havia escrito. No milésima, veio a frase Está sozinha, Dilya, e na vez seguinte a mesma Está sozinha, Dilya, e depois a mesma e assim por mais 999, e
sumiram.
As explicações variam desde as
esperáveis hipóteses paranormais e ufológicas [mudando o planeta envolvido
desde Júpiter a Alfa Centauro], a tentativas de um vizinho adolescente [em
outras versões é um homem casado] querendo seu amor. Fora as quase canônicas,
de que a moça seria em verdade uma embusteira que escrevia ela mesma aquelas
frases.
Nenhum comentário:
Postar um comentário