Diz a lenda [e isto é só uma
lenda] que Rasputin calcou com seus pés o chão de Amhitar. Saiu [de acordo com
a lenda] de sua [talvez também lendária] aldeia natal de Pokrovskoie e se dispôs
a ser um starets [um monge] e para
isso andou. [Quando perguntavam o que era necessário para ser um starets ele respondia: bons pés].
Hoje em 1902 [a data é também
parte da lenda] entrou em Shamaekhent pela Porta Oriental. [Já se havia
convencido de que quanto maior o pecado mais valioso o perdão]. Acariciou
crianças e penetrou rameiras, deu esmola a indigentes enfermos e engoliu tonéis
de vodca, curou hemofílicos e corneou maridos. [Testemunhos (também lendários)
e pretensamente razoáveis afirmam que o homem efetivamente possuía poderes paranormais,
e tanto oficiais da polícia como belas moças sem namorado acabavam fazendo o
que ele queria, mesmo que não tivessem a menor vontade disso vinte minutos
antes].
Grigori Rasputin [continua a
lenda] recusou a passagem do trem expresso que lhe ofereceram [o que só lhe aumentou
a fama de santo]. Aceitou, no entanto, a caixa de vodca de Novosibirsk [o que em
nada lhe afetou a reputação, talvez por causa dos supostos poderes paranormais].
Grigori Yefimovich Rasputin ao
cruzar a fronteira não sussurrou uma prece, como conviria a um monge. Olhou
para trás, olhos injetados, e despejou uma de suas famosas gargalhadas [e esta parte,
por mais que não tenha testemunhas, pode-se estar certo que não é lenda].
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