Discute-se há nove décadas com
absoluta paixão [e completa irrelevância] o número de amantes que teve Odina
Maruf. [A expressão entre colchetes (não totalmente isenta de moralismo)
pertence ao geógrafo Serguei Kovinev, cujo testemunho teria uma importância não
pequena em sua permanência na história].
Odina [surpreendentemente prima
em terceiro grau da doce e caseira poetisa Iroshka Maruf] assinou um decreto Abolindo a família, extinguindo essas prisões
chamadas casas, e obrigando todos a comer e morar em abrigos coletivos. Do
brevíssimo governo do General Chavkat foi a única ministra que fez algo que sobressaísse
[o general ao empalmar o poder em um golpe de Estado nomeou-a Ministra dos Bons Costumes – talvez com
propósitos bem diversos dos dela].
Desnecessário dizer que o decreto
redundou em fracasso rotundo. [Talvez por causa dos apenas 19 dias de governo do
general]. Ficaram no entanto os papéis do tal decreto – incensados por não
poucos grupos feministas e pós-modernos.
Quedou também uma fama de um
misto de Messalina e Cleópatra modernas. Nada
mais falso – argumentou o inevitável Serguei Kovinev em uma palestra na
Academia Soviético-Proletária hoje em 1944 . Eu a vi - eu era um adolescente magrinho e Odina um par de olhos verdes
e lábios cor de rosa que clamavam por felicidade.
Seu testemunho, por comovente que
seja, é empanando por suspeitas de paixonite jovem, que se traduziriam no título
de sua palestra: Bela e Sábia Odina, eu a conheci.
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