sábado, 3 de agosto de 2013

03 de agosto

Sábias

Os Sete Grandes Sábios do Deserto não eram sete [escavações demonstram que seriam pelo menos onze]; não eram grandes [testemunhos asseveram sua estatura algo pequenina]; não eram do deserto [seus maiores sinais se encontram em cidades].

Breanna Oygul 29 anos e cabelos negros [e seriedade de monge] disparou a principal contrarrevelação sobre estas figuras não isentas de vetustez frente a um auditório lotado hoje em 1922 [e tal fato não deixou de suscitar lembranças (inevitavelmente exageradas) de sua palestra-orgia sobre libertação feminina celebrada a 27 de fevereiro]: os Sábios não o seriam, e sim Sábias.

A jovem militante tocou [talvez o sabendo] no ponto delicadíssimo de O que aconteceu com Amhitar entre a derrota das treze falanges elefânticas do rei Motleruz no ano 329 a.C. e a revelação (talvez) divina ao Subprofeta Royinod Abisan (o fundador da protocivilização Khazyr) em 241 d.C. [no calendário dos hereges]. As evidências mais firmes [contestadas não sem paixão por todas as academias amhitarianas, neste ponto unanimemente masculinas] estabelecem que um domínio feminino se estabeleceu no período: na política, na maquiagem, nas artes e até na sabedoria [daí as Onze Sábias].

Breanna demonstrou seu ponto com citações em aramaico, grego e no dialeto Bakhmar. Sua seriedade não a impediu de provocar [de maneira inadvertida] uma enchente de rapazes jovens no auditório, que pouco prestaram atenção ao discurso e depois [dizem] dedicaram-lhe sonhos noturnos.

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