Imhotep escreveu #Fail na base de sua pirâmide e este fato
[miraculosamente só revelado em 1987] longe de ocasionar best-sellers e teorias da conspiração apenas gerou raiva contra o
protagonista, apelidado traidor da pátria
com quarenta e cinco séculos de atraso. [Claro, escreveu-o em jargão que nove gerações
linguísticas depois se transformaria no protodialeto Bakhmar e que só pôde ser compreendido com uma chave de tradução
deixada pelo linguista Abdullaeva Behruz. O #, sua parte mais misteriosa, é
inexplicavelmente a de versão menos discutível].
Por boa parte desses séculos o
Mundo incensou Imhotep [um dos poucos amhitarianos a ter apenas um nome] – era ele
o primeiro construtor de Amhitar, o herói de civilização. Não foi pequena a cólera
quando aconteceu a explosão da egiptologia no século XIX e os hieróglifos
revelaram outro Imhotep na beira do Nilo – também arquiteto, também gênio, também
construtor de civilidades. A evidência se impôs: não era outro, era o mesmo.
Restava a esperança de que
Imhotep fosse um amhitariano sequestrado pelos malvados egípcios – e que lhes
ensinou boas maneiras. A breve inscrição [junto com treze versos de desilusão e
abandono] sugerem que o grande homem [se é que o era] sumiu de Amhitar por que
queria – e por que tinha raiva.
A ideia de que a inscrição #Fail pressagia certo popular serviço de
microblog é demasiado inverossímil para ser desprezada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário