Zoda Surayyo berrou o seu Cinco Anos de Sonho hoje em 1917 no Teatro
Viva o Futuro! [antigo Teatro Catarina a
Grande] de Dekhanabad [capital provisória do Regime dos Cem Dias]. A jovem [surpreendentemente]
loura adentrou assim um time de [futuras] heroínas do começo do século, que
inclui a sóbria intelectual contrária à família Breanna Oygul; a belíssima
modelo Juju Shilmora [uma das primeiras a aparecer nua em público]; e a dupla
de primas Odina e Iroshka Maruf, esta uma doce poetisa romântica.
A também poetisa Zoda rompeu com
uma tradição de poetisas flores, gatinhos e príncipes e rompeu quando [inflamada
de fervor revolucionário pelo novo governo] abriu com o verso Amante Vida – Galopemos pelo Quinquênio
Afora. [Cabe o esclarecimento que o Regime dos Cem Dias (que ainda não
sabia que duraria tão pouco) estabeleceu o prazo de cinco anos para o Novo
Mundo se estabelecer – sem tomar o cuidado de esclarecer como seria ele].
Claro, nem mesmo o governo
revolucionário era tão revolucionário assim – setores dele interpretaram de
maneira talvez excessivamente carnal as palavras Amante e Galopemos – o que
gerou polêmica que cessou abruptamente com a derrubada do regime pela Primavera das Flores de Barro.
Quando uma década depois certo
russo chamado Vladimir Maiakovski pronunciou verso parecido em poema, o Centro
Libertário Feminino o considerou plagiador e machista. Tal acusação [sem ou com
justiça] perdura.
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