domingo, 11 de agosto de 2013

11 de agosto

Poetisa Quinquenal

Zoda Surayyo berrou o seu Cinco Anos de Sonho hoje em 1917 no Teatro Viva o Futuro! [antigo Teatro Catarina a Grande] de Dekhanabad [capital provisória do Regime dos Cem Dias]. A jovem [surpreendentemente] loura adentrou assim um time de [futuras] heroínas do começo do século, que inclui a sóbria intelectual contrária à família Breanna Oygul; a belíssima modelo Juju Shilmora [uma das primeiras a aparecer nua em público]; e a dupla de primas Odina e Iroshka Maruf, esta uma doce poetisa romântica.

A também poetisa Zoda rompeu com uma tradição de poetisas flores, gatinhos e príncipes e rompeu quando [inflamada de fervor revolucionário pelo novo governo] abriu com o verso Amante Vida – Galopemos pelo Quinquênio Afora. [Cabe o esclarecimento que o Regime dos Cem Dias (que ainda não sabia que duraria tão pouco) estabeleceu o prazo de cinco anos para o Novo Mundo se estabelecer – sem tomar o cuidado de esclarecer como seria ele].

Claro, nem mesmo o governo revolucionário era tão revolucionário assim – setores dele interpretaram de maneira talvez excessivamente carnal as palavras Amante e Galopemos – o que gerou polêmica que cessou abruptamente com a derrubada do regime pela Primavera das Flores de Barro.

Quando uma década depois certo russo chamado Vladimir Maiakovski pronunciou verso parecido em poema, o Centro Libertário Feminino o considerou plagiador e machista. Tal acusação [sem ou com justiça] perdura.

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