Uma das versões afirma que os Sumos
Sacerdotes da terceira Sub-seita Khazyr
[em sinal de desapego às coisas mundanas] celebravam seus ritos como certo Adão,
de uma seita do Oriente Médio, antes da sua queda. Esta ideia é desde algum
tempo felizmente tida como apócrifa, e o felizmente
aqui se deve ao mau humor do cronista Iusya Marzhaffar, para o qual a visão de cavalheiros
de meia-idade com tal indumentária seria um atentado não só à divindade quanto à
estética.
Mesmo falsa a versão, é verdadeira
a pouca mundaneidade desta seita [da qual as estimativas de fiéis hoje variam
do número de setecentos mil (geralmente considerado absurdo) a zero (que por
alguns não o é)]. Mircea Eliade, no seu clássico O Sagrado e O Profano, afirma haver uma distinção entre os lugares desses
dois tipos. A Sub-seita desmente o prestigioso sociólogo, pois os cultos Khazyr [diz a quase totalidade das
testemunhas] realizavam-se em corredores, banheiros coletivos, armazéns de
favas, e seus sacerdotes [assim como os fiéis] realizavam suas tarefas
coçando-se, bocejando ou interrompendo em voz alta a perguntar pelo cardápio do
almoço.
Longe de ser desrespeito
[afirmavam os adeptos] tal atitude apenas fazia da seita a única religião
sincera, pois todas afirmam que Deus está em todos os lugares mas criam prisões
especiais para ele, com estátuas e silêncio. Quanto ao Deus dos Kahzyr, ele se encontra realmente em
tudo – inclusive e [e principalmente] na banalidade.
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