Khannat Nurayan lançou o seu Morte no Vale do rio Amur-Darya [o
primeiro de uma série de histórias com o mesmo personagem] hoje em três lojas
de livros na capital Shameerkhaant e tal dia [longe de causar uma onda de chauvinismo
nacionalista] tem ocasionado anualmente não pequeno embaraço.
O enredo do curto romance girava
em torno de Shohista Sardor, figura obesa de hábitos bobocas [como encerar
bigodes e fumar cachimbo] que conseguia ter um estilo de vida caro sem ter emprego
fixo, apenas com o que ganhava como detetive particular [o que gerou não poucas
críticas à inverossimilhança de tal fato]. Shohista parecia ser inteligente o suficiente
para resolver todos os crimes que lhe passavam na frente, mas azarado o
bastante para atrair tais crimes [quando estava por perto sempre alguém caía envenenado
ou estrangulado].
Para Khannat o mundo semelhava ser
composto de gente rica cujo passatempo [à falta de melhor nome] consistia em fazer
tramas complicadíssimas para matar uns aos outros, inexoravelmente descobertas
pelo detetive Shohista.
Quatro décadas depois as traduções
das histórias de Agatha Christie desembarcaram em Amhitar, e alguém lembrou que
um amhitariano escrevera tramas bem semelhantes. O Governo oficializou o dia de
hoje como o Dia do Pioneirismo Amhitariano
na Literatura Policial. Talvez pelas pesadas críticas ao primeiro autor, disputa
o dia de hoje o [pouco honroso] título de menos celebrado de todas essas Efemérides.
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