sexta-feira, 20 de setembro de 2013

20 de Setembro

O Primeiro Detetive

Sorakh Jalol abria a programação de TV de Amhitar [após a saudação do Comitê do Partido] e o pioneirismo desta atração viria a ser mais lamentado que propriamente objeto de orgulho.

A história começou pouco antes do início do programa [o qual se deu hoje em 1950]: o Comitê pelo Entretenimento Proletário distribuiu umas centenas de caixas de madeira das quais saíam som e imagem de gente distante, as TVs. Depois da festa, descobriu-se que, além dos discursos políticos, pouco havia o que transmitir, ainda mais diariamente.

Vieram com a ideia de uma história, a qual, para poupar atores, teria basicamente os mesmos personagens principais e os mesmos atores secundários, os quais trocariam sempre de peruca e saia para interpretar outras pessoas no episodio seguinte: uma série.

Na Estrada: Sorakh Jalol tinha um nome bem mais dinâmico que o próprio espetáculo. Sorakh era um detetive que veio do nada, ou quase: não tinha pais, nem mulher, nem filhos; aparecia magicamente nos locais de crimes sempre com uma ridícula lente de aumento; seu detetive auxiliar Aziz Cute era um adolescente menos que boboca [tanto quanto Sorakh, que parecia ter sempre a mesma cara]. Juntos circulavam por uma Shmaerkhaant real mais por falta de dinheiro para cenários que por ideologia realista.

A série entrou na Lista das dez piores da História. Apesar disso não são poucos os seus fãs, que nas festas vestem o casaco típico do detetive Sorakh – apesar do sol de 40 graus.

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