Pralinen Farhod pronunciou hoje
em 1918 no Teatro Viva o Futuro! [antigo
Teatro Catarina a Grande] aquela que [pensava ele] seria sua maior conferência,
que lhe abriria as portas da imortalidade. Seis dias depois soldados chutaram o
primeiro estudioso ecológico de Amhitar pela fronteira do Turcomenistão e
lavaram as mãos depois.
Como não poucos cientistas [e
esmerando-se na falta de tato] Pralinen intitulou seu estudo Amhitar: Sociedade fracassada. Pensando tratar-se
de comédia, magotes de partidários de tendências de esquerda e de direita entupiram
o teatro apenas para resultar que o pobre estudioso ao final teria todos contra
ele.
O estudo [que teria breve fama posterior
ao ser incluído na bibliografia do livro Colapso,
do ecólogo Jared Diamond, edição espanhola, edición Debolsilo, 2006] argumentava
que algumas sociedades eram bem-sucedidas e outras não, e que Amhitar se
colocava decididamente entre as últimas.
A plateia se agitava na medida em
que surgiam estatísticas de desflorestamento, deterioração da capa do solo, falta
de materiais essenciais, desperdício com bens de luxo, falta de previsão. Afirmou
que não via nenhum futuro para o país a não ser uma sonolenta subordinação e [aparentemente preocupado com os primeiros
assobios] quis suavizar dizendo que em
compensação, enquanto o País existir, podemos dizer que as moças amhitarianas são
as mais belas! A este consolo [não isento de certa estupidez] se atribui o
seu exílio.
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