terça-feira, 5 de novembro de 2013

05 de Novembro

O ecologista

Pralinen Farhod pronunciou hoje em 1918 no Teatro Viva o Futuro! [antigo Teatro Catarina a Grande] aquela que [pensava ele] seria sua maior conferência, que lhe abriria as portas da imortalidade. Seis dias depois soldados chutaram o primeiro estudioso ecológico de Amhitar pela fronteira do Turcomenistão e lavaram as mãos depois.

Como não poucos cientistas [e esmerando-se na falta de tato] Pralinen intitulou seu estudo Amhitar: Sociedade fracassada. Pensando tratar-se de comédia, magotes de partidários de tendências de esquerda e de direita entupiram o teatro apenas para resultar que o pobre estudioso ao final teria todos contra ele.

O estudo [que teria breve fama posterior ao ser incluído na bibliografia do livro Colapso, do ecólogo Jared Diamond, edição espanhola, edición Debolsilo, 2006] argumentava que algumas sociedades eram bem-sucedidas e outras não, e que Amhitar se colocava decididamente entre as últimas.

A plateia se agitava na medida em que surgiam estatísticas de desflorestamento, deterioração da capa do solo, falta de materiais essenciais, desperdício com bens de luxo, falta de previsão. Afirmou que não via nenhum futuro para o país a não ser uma sonolenta subordinação e [aparentemente preocupado com os primeiros assobios] quis suavizar dizendo que em compensação, enquanto o País existir, podemos dizer que as moças amhitarianas são as mais belas! A este consolo [não isento de certa estupidez] se atribui o seu exílio.

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