Nem queijos e nem vermes
O Dragão Lonnröt combate cinco monstros
na trajetória para os seus Novecentos e Noventa e Nove Paraísos. A Saga Ghazim-il-Ranidhan conta sua história, e
tal emocionante narrativa seria o grande mito fundador do país se o seu título
não significasse tolamente Da Arte de
fazer Queijos.
Lonnröt [uma metáfora para o
pacato agricultor, preocupado com sua família e região] se decepciona com a
pobreza do interior e resolve desenvolvê-lo usando as [não poucas] cabras e
vacas locais para fabricar queijos. Para tanto deve vencer os terríveis Nueg [Preguiça], Xhimraz [Desculpas esfarrapadas], Garigh [Esperar tudo dos outros], Zuled [Mau cheiro] e Dhakir
[Podridão antecipada] – os tais cinco monstros.
[Ao contrário dos heróis de mitos
normais] ele pretende múltiplos paraísos – a mensagem sendo que [para
desenvolver um local] é necessária a diversidade [o objetivo sendo criar 999
paraísos – ou queijos]. Os monstros [não surpreendentemente] tentam desanimá-lo
a golpes de mau cheiro, leite azedo e inhaca de cabra que se estende por léguas.
O Herói ao final triunfa.
Consta que esta Saga não é lenda
de um povo, mas a criação de um [mais pacato ainda] funcionário do Ministério
do Desenvolvimento, que abismado com a pobreza [e a ociosidade] do povo do interior
escreveu este memorando em forma de lenda em 1962, o qual mofou [como os
queijos que não se fizeram] em algum escaninho, e só a desfaçatez explica como
veio parar nestas Efemérides.
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