quarta-feira, 6 de novembro de 2013

06 de Novembro

Nem queijos e nem vermes

O Dragão Lonnröt combate cinco monstros na trajetória para os seus Novecentos e Noventa e Nove Paraísos. A Saga Ghazim-il-Ranidhan conta sua história, e tal emocionante narrativa seria o grande mito fundador do país se o seu título não significasse tolamente Da Arte de fazer Queijos.

Lonnröt [uma metáfora para o pacato agricultor, preocupado com sua família e região] se decepciona com a pobreza do interior e resolve desenvolvê-lo usando as [não poucas] cabras e vacas locais para fabricar queijos. Para tanto deve vencer os terríveis Nueg [Preguiça], Xhimraz [Desculpas esfarrapadas], Garigh [Esperar tudo dos outros], Zuled [Mau cheiro] e Dhakir [Podridão antecipada] – os tais cinco monstros.

[Ao contrário dos heróis de mitos normais] ele pretende múltiplos paraísos – a mensagem sendo que [para desenvolver um local] é necessária a diversidade [o objetivo sendo criar 999 paraísos – ou queijos]. Os monstros [não surpreendentemente] tentam desanimá-lo a golpes de mau cheiro, leite azedo e inhaca de cabra que se estende por léguas. O Herói ao final triunfa.

Consta que esta Saga não é lenda de um povo, mas a criação de um [mais pacato ainda] funcionário do Ministério do Desenvolvimento, que abismado com a pobreza [e a ociosidade] do povo do interior escreveu este memorando em forma de lenda em 1962, o qual mofou [como os queijos que não se fizeram] em algum escaninho, e só a desfaçatez explica como veio parar nestas Efemérides.

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